Na Liturgia deste Domingo, veremos que no Evangelho de João (6,1-15), Jesus é o novo Moisés: “Subiu ao monte e uma grande multidão foi ao seu encontro”.

A Leitura do Segundo Livro dos Reis (4,42-44) segue na mesma lógica do evangelho, o profeta Eliseu diz que o milagre é partilhar: “Eliseu disse: Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: Comerão e ainda sobrará”.

A caridade evangélica é fundamento do agir cristão e requer a promoção humana e a libertação integral. As primeiras comunidades aprenderam a lição do Senhor e viviam a comunhão fraterna e o gesto de quem partilha as primícias e não as sobras. Assim, não havia necessitados entre eles (CNBB, doc. 69, n° 30).

No contexto do Jubileu de 2000, São João Paulo II falava da necessidade de se “pautarem decididamente os processos de globalização econômica em função da solidariedade e do respeito devido a cada pessoa humana” e deixava no ar a pergunta: “Como é possível que, no nosso tempo, ainda haja quem morra de fome, quem esteja condenado ao analfabetismo, quem viva privado de cuidados médicos elementares, quem não tenha casa onde se abrigar?” (NMI, 10 e 14). Se ‘o desenvolvimento é o novo nome da Paz’, conforme ensinou Paulo VI, só alcançaremos a Paz tão desejada na medida em que a economia, de fato, colocar-se a serviço do ser humano, invertendo a lógica do mercado hoje prevalente, como não se cansa de falar o Papa Francisco.

A liturgia afirma que Jesus é nosso banquete messiânico, Ele pede que os discípulos façam a multidão acomodar-se na relva. É um banquete sem mesa, tornando-se Ele mesmo a mesa em torno da qual o povo se reúne para celebrar a vida da nova aliança com Deus, Jesus, pão que alimenta e sacia seu povo, elimina todo sofrimento. Na comunhão com Deus, o ser humano terá realização plena e a festa acontecerá, não será necessário primeiro ajuntar para depois repartir.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR