
A Páscoa de Jesus é a maior das festas cristãs, é o princípio de renovação, vida nova, primavera espiritual; dá novo sentido à Páscoa dos povos primitivos que celebravam a passagem de estação, em que a natureza começava a se mostrar, se refazia verdejante, agora, com novas condições climáticas, devido à nova estação do ano. Ela dá novo sentido à Páscoa do Antigo Testamento que celebrava a passagem da escravidão do Egito à liberdade da Terra Prometida. A Páscoa cristã é a realidade nova da ressurreição do Filho que doa a vida e vence a morte, abrindo-nos a possibilidade de fazer a mesma passagem em direção à vida eterna.
Nossa postura diante da morte traduz o sentido que damos à vida. Não muito tempo atrás, quando morria uma pessoa, celebrava-se o rito da passagem, morria-se em casa, cercado de amigos e parentes. Hoje, a morte e o enterro são produtos de consumo, frieza, leito anônimo, gavetas no necrotério etc. A pessoa falecida é presença incômoda, a ponto de, em alguns lugares, quando alguém morre no meio da semana, colocá-la no congelador para fazer o velório no final de semana, pois o mercado não pode parar. A racionalidade moderna nos levou a perder o sentido da vida e da morte, nos levou à frieza da existência.
A Páscoa, vida nova, começa dentro de nós, pela nossa fé. A consciência ‘crística’ transforma a realidade e nos leva a uma comunhão universal, a um mundo novo, no qual todas as aspirações serão realizadas, isto só será possível “quando Cristo for tudo em todos” (Cl 3, 11).
A ressurreição de Cristo não foi produto da fé dos apóstolos, eles estavam abalados, com medo, incrédulos. Nasceu sob a ação da graça divina, da experiência de Jesus ressuscitado. Sepulcro vazio é sinal e não prova. A ressurreição de Cristo é o princípio da nossa ressurreição, cumprimento da promessa do Antigo Testamento e ‘Dia do Senhor’.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Leia na íntegra: www.arquidiocesedemaringa.org.br
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