Páscoa: A Vitória da Vida

Celebrar a Páscoa é celebrar a vitória da libertação sobre a escravidão, da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte e da ressurreição sobre a cruz.

A Páscoa de Jesus é a maior das festas cristãs, é o princípio de renovação, vida nova, primavera espiritual; Ela dá novo sentido à Páscoa do Antigo Testamento que celebrava a passagem da escravidão do Egito à liberdade da Terra Prometida. A Páscoa cristã é a realidade nova da ressurreição do Filho que doa a vida e vence a morte, abrindo-nos a possibilidade de fazer a mesma passagem em direção à vida eterna.

Nossa postura diante da morte traduz o sentido que damos à vida. Que a fé possa nos dizer algo que não seja vão: “Se Cristo não ressuscitou, nossa fé seria vã”.

Ressurreição não é só desfrutar no outro lado, diz respeito à vida na terra: “Eu vim para que todos tenham vida em abundância”. 

A vida é como se fosse um jogo, embora tenhamos o sentimento de que estamos sendo derrotados, no final, a vitória nos é garantida. Ninguém tem o direito de se sentir derrotado, pois somos seguidores de um vencedor. “Em Cristo somos mais que vencedores! Quem poderá nos derrotar?”

Temos, no Catecismo da Igreja, como dogma (verdade) de fé, a seguinte afirmação: “Creio que Jesus nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia”. Desde a comunidade primitiva, a igreja tem consciência de que a missão redentora de Jesus se estende a toda humanidade de todos os tempos e de todos os lugares. “A Boa Nova é anunciada aos mortos a fim de que eles vivam pelo Espírito a vida de Deus, depois de receberem na carne mortal, a sentença comum a todos os homens” (1Pd 4,6). Ou ainda: “Ao nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos confins do mundo. Ele detém a chave da morte” (Fl 2, 10 e Ap 1, 8). Jesus Cristo passou pela porta daquilo que mais nos aterroriza: a morte. Passou e a destruiu. “Sol do alto que nos veio visitar para iluminar todos os que jazem nas trevas e nas sombras da morte” (Lc 1, 68). Em Cristo, todo medo foi superado. A morte já não é a mesma coisa que antes, porque a vida está no meio dela, tanto para os que morreram antes, como para os que viriam depois.

A Páscoa, vida nova, começa dentro de nós, pela nossa fé, renovação da mente. A consciência ‘crística’ transforma a realidade e nos leva a uma comunhão universal, a um mundo novo, no qual todas as aspirações serão realizadas, isto só será possível “quando Cristo for tudo em todos” (Cl 3, 11).

A ressurreição de Cristo não foi produto da fé dos apóstolos, eles estavam abalados, com medo, incrédulos. Nasceu sob a ação da graça divina, da experiência de Jesus ressuscitado.

Enfim, a ressurreição de Cristo é o princípio da nossa ressurreição, cumprimento da promessa do Antigo Testamento e ‘Dia do Senhor’. Reino de Deus que se concretizará no final da nossa existência, “os mortos levantarão”.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.