Na Liturgia deste Domingo, veremos, na 1ª Leitura (Dt 5,12-15), que o autor bíblico foca que o sábado é instituído para evitar que se imite a escravidão do Egito. Mas o texto está focando diretamente o terceiro mandamento da lei do Senhor que tem motivação social e impulsiona para uma relação social igualitária: proibição de explorar o trabalho do irmão, tornando-o escravo.

Na 2ª Leitura (2Cor 4,6-11), o apóstolo Paulo acentua os grandes contrastes entre a missão e os instrumentos escolhidos por Deus para realizá-la. Na fraqueza, na tribulação, o cristão anuncia o mistério de morte do Cristo e, ao mesmo tempo, anuncia em seu ser, co-sofredor com Cristo, que a força de Deus e a vida de Cristo operam nele.

No Evangelho (Mc 2,23-3,6), vemos que, para os fariseus, os discípulos de Jesus cometeram duas infrações: apropriaram-se do que não lhes pertencia, e fizeram isso em dia de sábado. Jesus recorre às Escrituras e a um entendimento do sentido do sábado para mostrar que, diante da fome, tudo se torna secundário. Jesus reage com indignação e tristeza diante dos que resistem ao seu ensinamento e a sua prática, então mostra até onde vai sua exigência de que a lei do sábado esteja a serviço da vida. Mais ainda: ao trazer o doente para o centro e curá-lo, indica mais uma vez sua opção pelos desprezados, e a reviravolta que produz diante dos esquemas mentais e sociais que diziam como a religião e demais instituições deveriam agir. Diante disso, os grupos dominantes precisam destruir essa novidade que os ameaça em seu poder e decretam uma sentença de morte; até os partidos que eram inimigos entre si reúnem-se para planejar a morte desse profeta: afinal, ele está destruindo a ideia de religião e sociedade que eles tinham.

Hoje, nós cristãos celebramos o Dia do Senhor num domingo, porque foi num domingo que Cristo venceu todas as forças do mal e ressuscitou.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR