Na Liturgia deste Domingo, veremos, na 1ª Leitura (Jr 31,31-34), que o profeta Jeremias compara a volta dos exilados com uma nova aliança que terá suas raízes no mais íntimo do coração. Jeremias recorda que Deus tinha feito uma aliança no Sinai, entregando a Moisés mandamentos escritos em pedra. O povo aderiu à aliança, contudo, mais com a boca do que com o coração, nunca interiorizou devidamente, foi infiel. Agora, nesta nova aliança, os mandamentos não serão mais gravados em pedras, mas no coração. Uma aliança que o tempo não apagará. Não será uma imposição externa, mas uma disposição interior para percorrer os caminhos de Deus.

Na 2ª Leitura (Hb 5,7-9), o Apóstolo Paulo afirma que a nova Aliança, plena e definitiva, se realizará em Jesus Cristo. A Paixão é vista aqui como a mais solene prece de intercessão e o mais sublime ato de obediência.

No Evangelho (Jo 12,20-33), vemos que todos correm atrás de Jesus, mas ele sabe que deve primeiro ser exaltado na cruz. A pressão por parte dos pagãos marca o início da hora de Jesus, isto é, da sua paixão. Jesus, perturbado pela aproximação da hora, pede ao Pai que glorifique seu nome. A paixão se torna assim, para João, a glorificação do Pai e do Filho. Vejamos mais alguns apontamentos:

1°) Todos querem ver Jesus: não é por curiosidade, mas por sede de vida nova. As questões que nos veem são as seguintes: De quem devemos nos aproximar para que nos aponte Jesus? Onde e em quais ambientes podemos encontrá-lo? Quando devemos procurá-lo, na hora da morte, como São Dimas, ou temos a chance de encontrá-lo enquanto estamos a caminho?

2°) Cair em terra, não é só dar fruto, é salvar-se, viver eternamente: “Ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes, a punição a ele imposta era o preço de nossa paz, e suas feridas, o preço de nossa cura” (Is 53,5).

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR