Na Liturgia deste Domingo, vemos, na 1ª Leitura (At 4,8-12), o anúncio do Evangelho, mas também a denúncia contra os que oprimem e querem calar a verdade que liberta. Mesmo em condições adversas e hostis, os discípulos de Jesus, animados pelo Espírito, devem fazer o bem, sempre e em qualquer circunstância.
Na 2ª Leitura (1Jo 3,1-2), o Apóstolo João nos convida a contemplar o grande presente do amor de Deus: sermos chamados filhos de Deus. Costumo dizer que o fruto não cai longe do pé. Neste caso, se somos filhos de Deus, qual deve ser o nosso sinal distintivo? Respondo com Santo Agostinho, pois, para ele, a questão da semelhança do homem com Deus tem dois aspectos. O primeiro diz respeito ao momento da criação, quando Deus faz o homem à sua imagem e semelhança; neste sentido, todo homem carrega dentro de si esta imagem divina. Um segundo momento é quando o homem, por sua livre vontade, deve esforçar-se para imitar o modo de amar de Deus; neste último aspecto, tornam-se semelhantes a Deus os que O buscam e O amam verdadeiramente.
No Evangelho (Jo 10,11-18), Jesus se apresenta como o ‘Bom Pastor’, capaz de deixar as noventa e nove ovelhas sadias para buscar a que se perdeu, que se machucou. Quando a encontra, então, Ele a cura, carrega ao colo, salva.
O verdadeiro líder, pastor, também enfrenta o ‘lobo’, toma posicionamentos quando a dignidade das pessoas e o bem comum correm perigo. As ovelhas dependem da habilidade do pastor para se manterem vivas e seguras. Todos somos chamados a viver a espiritualidade do bom pastor, todos somos ‘pastores’ na família, na religião, na política etc., mas também todos somos ovelhas de Jesus.
Cada um de nós é chamado a ser livre e fazer a diferença no universo. O Bom Pastor, que é Cristo, propõe fazer, com Ele, uma experiência de libertação. Pertencer a seu rebanho não é cair na massificação, mas ser preservado dela. “Onde está o Espírito do Senhor, ali está a liberdade” (2Cor 3,17).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Ops...
Você precisa estar autenticado para enviar comentários.