Na Liturgia deste Domingo, Solenidade da Ascensão do Senhor, veremos, na 1a Leitura(At 1, 1-11), na 2ª Leitura (Ef 1, 17-23) e no Evangelho (Lc 2446-53), que falar da ascensão é falar da vida eterna, destino do ser humano, resultado de uma vida comprometida, até o fim, com os valores do Reino: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Ou “Ele passou a vida fazendo o bem” (At 10, 38).

Celebrar a ascensão é viver a solenidade de uma vida nova, assim como festejamos momentos importantes na vida e na sociedade.

Cristo não nos é tirado, mas exaltado, glorificado. Desapareceu da nossa vista para ser agora visível em nós (testemunhas), para falarmos Dele com a nossa vida, pois a finalidade do Projeto do Reino de Deus é que “Cristo seja tudo em todos” (Cl 3, 11). A glória de Deus é que o ser humano seja pleno de vida. 

Ascensão, ir para o céu, não é um lugar, mas um estado de alma, harmonia, entrar para o mundo de Deus. A conversão é ir para Cristo, é ir para o céu, é experimentar Cristo vivo. Quando participamos da eucaristia, vivemos a comunhão plena, antecipamos o céu, pois experimentamos Cristo vivo que nos fala ao coração, “Ele que é o mesmo, ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8).

Na primeira encarnação, por meio de Maria, vemos, nos Evangelhos, as ações de Jesus, Deus age num ‘Corpo Físico’ (“Quem me vê, vê o Pai, eu e o Pai somos um”). Agora, a partir da ascensão, vivemos o início da segunda encarnação. Agora a manifestação de Deus ocorre não mais num ‘Corpo Físico’, mas no ‘Corpo Místico’ que é a Igreja. Nasce, assim, a missão salvadora da Igreja, nossa missão, e, como diz o Apóstolo Paulo: “Agora já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Ou, ainda: “Considero tudo uma perda, diante do bem superior que é o conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo, e considero tudo como lixo, a fim de ganhar Cristo” (Fl 3, 8ss). Jesus continua a nos ensinar pelo mistério da Igreja.

Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR