Todos os dias recebo dezenas de questionamentos sobre o que vem acontecendo nas escolas sobre a “ideologia de gênero”. Um assunto delicado. É preciso esclarecer que nós, como Igreja, amamos todos os seres humanos. Antes de falar sobre qualquer coisa, precisamos dizer e praticar o que Jesus nos ensinou. Amar. No entanto, há uma imensa confusão sendo difundida, também nas escolas, que é a imposição da “ideologia de gênero”. Uma coisa é respeitar; outra coisa é querer impor uma “proposta” de sexualidade para crianças, nas escolas.
O papa Francisco fez diversas e claras advertências sobre a ideologia de gênero, uma corrente que considera que o sexo não é uma realidade biológica, mas uma construção sociocultural que diversos governos tentam impor através da educação das crianças e jovens. A seguir, 5 advertências claras que o Santo Padre fez a respeito deste tema polêmico:
1. É uma colonização ideológica: No final de julho de 2016 dirigindo-se aos bispos da Polônia, o Pontífice afirmou que “na Europa, na América, na América Latina, na África, em alguns países da Ásia, há verdadeiras colonizações ideológicas. E uma destas, digo claramente com nome e sobrenome – é a ideologia de gênero! Hoje ensinam as crianças – as crianças! –, que estão na escola: que cada um pode escolher o seu sexo. E por que ensinam isto? Porque os livros são das pessoas e instituições que lhes dão dinheiro. São as colonizações ideológicas, sustentadas também por países muito influentes. Isto é terrível”.
2. Esvazia o fundamento antropológico da família. Na exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, sobre o amor na família, publicada em março de 2016, o Santo Padre explica no parágrafo 56 do documento, que a ideologia de gênero “prevê uma sociedade sem diferenças de sexo, e esvazia a base antropológica da família”. Além disso, procura uma identidade humana que pode se determinar de forma individual e ser trocada no tempo. “Esta ideologia leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e mulher”.
3. É um equívoco da mente humana. Em março de 2015, o papa Francisco se referiu às “colonizações ideológicas” que afetam seriamente a família, pois são “modalidades e propostas que existem na Europa e chegam também do outro lado do Oceano. E há também esse erro da mente humana que é a teoria de gênero, que cria tanta confusão”.
4. É um passo atrás. Em abril de 2015, o papa ofereceu uma catequese sobre o ser humano criado por Deus como homem e mulher, na qual disse: “A cultura moderna e contemporânea abriu novos espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da compreensão desta diferença. Mas introduziu também muitas dúvidas e muito ceticismo. Por exemplo, pergunto-me se a chamada teoria do gênero não seja expressão de uma frustração e de uma resignação, que visa a cancelar a diferença sexual porque não sabe mais como lidar com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo atrás. A remoção da diferença, na verdade, é o problema, não a solução”.
5. Doutrinar crianças com ideologia de gênero é uma maldade. Na tradicional coletiva de imprensa que oferece na volta das suas viagens internacionais, especificamente no voo de Azerbaijão a Roma, o papa assinalou que “as pessoas devem ser acompanhadas como as acompanha Jesus. Quando uma pessoa tem essa condição e chega diante de Jesus, o Senhor não lhe dirá: Vai embora porque você é homossexual! Não! Eu me referi sobre a maldade que se faz hoje com a doutrinação da teoria de gênero”.
Esta na hora dos pais abrirem os olhos e conhecerem o que as escolas públicas e particulares estão ensinando. O pior de tudo são os textos que o MEC já está enviando para a educação em todos os níveis, carregados desta míope visão do ser humano. Respeitamos a opção pessoal de cada um, mas não se admite impor desde a infância uma ideologia que contradiz a natureza humana.
A ideologia de gênero é perigosa e maldosa. A Igreja ama e acolhe todo ser humano, mas jamais pode compactuar com uma ideologia que quer levar uma mentira tão absurda como esta para as salas de aula.
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