Na principal oração da Igreja, a Eucaristia, existe um momento de referência aos mortos, um momento de lembrança daqueles que partiram desta vida. Isso faz parte da comunhão dos santos; rezar por aqueles que estão vivos e por aqueles que já partiram. A oração é uma forma de querer bem, de agradecer.
Não vejo problema nenhum em lembrar as pessoas que quero bem e já se encontra diante do Senhor Deus. O problema na grande maioria é que as pessoas pensam que rezar pelos mortos é somente pedir por eles. Não é só isso, também é a oportunidade de agradecer a Deus pela vida da pessoa.
A oração nos aproxima cada vez mais uns dos outros e se cremos na comunhão dos santos, nada contrário rezar por aqueles que já se foram.
É certo rezar pelos mortos? O livro dos Macabeus ordena a oração pelos mortos, dizendo: “É um santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos” (Cf. 2Mc 12,42-45). Judas Macabeus, acreditando no perdão de Deus e na ressurreição, quis que se rezasse pela salvação daqueles que morreram.
Há pessoas não católicas que, infelizmente, não aceitam o Segundo Livro dos Macabeus como parte integrante da Bíblia. Mas mesmo essas pessoas não podem negar que os hebreus daquele tempo, séc. II antes de Cristo, tinham firme convicção de que era boa coisa rezar pelos falecidos.
A mesma convicção esteve entre os primeiros cristãos e permanece entre nós até hoje. Isso nos mostra que podemos e devemos oferecer missas e orar por aqueles que já se foram.
Vejam bem, nós não entramos em contato com os mortos, pedimos a Jesus por eles.
A doutrina católica ensina que as orações, as penitências e as missas de intenção, auxiliam as almas que se encontram em penitência no Purgatório, enchendo suas almas de graça, amor e justiça; estas almas não crescem em mérito, mas podem ter seu esforço atenuado pela misericórdia de Deus diante dos nossos apelos fervorosos.
As inscrições nas catacumbas, cemitérios cristãos dos primeiros séculos, incluem votos para que os defuntos encontrem repouso e “refrigério” (= consolação).
Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu preces em seu favor, principalmente missas, recomendando, também, esmolas, indulgências e obras de penitência em favor deles.
Honramos a memória dos defuntos e condenamos a necromancia (invocação, consulta aos mortos), que é proibida claramente, pela Palavra de Deus (Cf. Dt 18,9-14). É esse um dos modos de viver o belo dogma da “Comunhão dos Santos”, verdade de fé que a gente lembra todas as vezes que reza a Profissão de Fé, o Credo.
Reza-se nas ocasiões de exéquias, de enterro, sétimo dia, agradecendo a Deus pela vida da pessoa falecida cuja fé, oração, trabalho e dedicação, educação religiosa deixaram em nós as marcas de um verdadeiro testemunho Cristão.
Reza-se, também, pedindo a Deus que a pessoa falecida, alcance a misericórdia e participe da comunhão dos santos.
Fonte de pesquisa:
– Catecismo da Igreja Católica – CIC (parágrafos 1021-1060);
– Segundo Livro dos Macabeus (2 Mc 12,38-46);
– Livro do Deuteronômio (Dt 18,9-14);
Colaboração: Pe. Bruno Elizeu Versari
Pároco da paróquia Santa Maria Goretti em Maringá-PR
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