Você deve ter percebido que em nossa Catedral temos feito a profissão de fé por meio de um “Credo diferente”, um “Credo mais longo”, como assim muitas pessoas identificam.

Sim, temos professado a nossa fé (desde o Natal do Senhor, que abriu o Ano Jubilar de 2025) por meio do chamado Símbolo Niceno-constantinopolitano. Mas você sabe por quê?

Nas missas dominicais e solenidades a Igreja nos pede que, antes de passarmos à mesa da Eucaristia, respondamos à Palavra de Deus proclamada por meio do silêncio após a homilia, da profissão de fé e da oração dos fiéis.

Essa profissão de fé pode ser feita por meio do Símbolo Apostólico ou do Símbolo Niceno-constantinopolitano. O costume aqui no Brasil é o de utilizar o Símbolo Apostólico, o qual sabemos de memória. Mas neste ano de 2025 temos dado destaque a este segundo, pois comemoramos 1700 do Concílio de Nicéia, que justamente deu origem ao texto sobre o qual estamos falando.

O Concílio de Nicéia foi convocado pelo imperador Constantino no ano de 325 para tratar de vários temas da fé, mas de modo particular, de controvérsias relacionadas à natureza de Jesus, especialmente em relação ao arianismo, que negava sua divindade. O texto oriundo deste Concílio foi formulado como resposta a esta heresia, afirmando a divindade de Jesus e sua consubstancialidade com o Pai.

Posteriormente, no ano de 381, tivemos o primeiro Concílio de Constantinopla que consolidou e aprofundou o texto, adicionando as referências sobre o Espírito Santo, afirmando que Ele também é Deus e procede do Pai e do Filho. O Credo resultante da união destes dois Concílios é chamado de Símbolo Niceno-constantinopolitano, refletindo sua origem duplamente conciliar.

“Para nós, o essencial, o mais belo, o mais atraente e, ao mesmo tempo, o mais necessário é a fé em Cristo Jesus. Todos juntos, se Deus quiser, renová-la-emos solenemente durante o próximo Jubileu e cada um de nós é chamado a anunciá-la a todos os homens e mulheres da terra. Nisto consiste a tarefa fundamental da Igreja.” (Discurso do Papa Francisco ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em 2024).

Diácono Marcus Geandré – Editorial “A Caminhada da Catedral” – Julho/2025.