Na Liturgia deste III Domingo da Páscoa, veremos, na 1a Leitura (At 2, 14a.22-33), que Pedro apresenta o anúncio fundamental da Igreja: Cristo ressuscitou! Mas, se Cristo ressuscitou, que sentido tem sua vida e sua morte? Mantendo a memória do testemunho de Jesus, a Igreja relê o Antigo Testamento e percebe o mistério central da vida, morte e ressurreição de Jesus. Recebendo o Espírito que dirigiu toda a missão de Jesus, a Igreja se torna testemunha da sua ressurreição: “Vós sereis minhas testemunhas” (At 1,8). O anúncio é, ao mesmo tempo, a denúncia e o julgamento de toda estrutura injusta, sempre causadora de morte. Deus condena essa estrutura, pois ressuscita Jesus e o torna Senhor do universo e da história.
Na 2ª Leitura (1Pd 1, 17-21), Pedro lembra aos fiéis a atitude de temor filial que devem ter em relação a Deus. O clima da vida cristã é apresentado aqui como permanente conversão: de escravos do mundo e das paixões, os cristãos foram libertos, por Cristo, para serem os filhos de Deus que se reúnem formando uma nova família.
no Evangelho (Lc 24, 13-35), Lucas salienta os ‘lugares’ da presença de Jesus ressuscitado. A partir deste texto (Lc 24, 13-35), vejamos como ter maior proveito na leitura da Bíblia, lembrando que haviam matado Jesus e, junto com Ele, a esperança dos seus discípulos. A Metodologia de Jesus com os discípulos de Emaús é: Ver, Julgar, Celebrar.
Segue as Palavras do Papa Bento XVI, proferidas em seu Discurso Inaugural da V Conferência do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), em Aparecida, 2007:
“Súplica dos discípulos de Emaús
‘Fica conosco, pois a noite vai caindo e o dia está terminando’ (Lc 24, 29).
Fica conosco, Senhor, acompanha-nos mesmo se nem sempre te soubemos reconhecer. Fica conosco, porque se vão tornando mais densas à nossa volta as sombras, e tu és a Luz; em nossos corações insinua-se o desespero, e tu os faz arder com a esperança da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que, na verdade, tu ressuscitaste e que nos deste a missão de ser testemunhas da tua ressurreição.
Fica conosco, Senhor, quando à volta da nossa fé católica surgem as nuvens da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina as nossas mentes com a tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti.
Fica nas nossas famílias, ilumina-as nas suas dúvidas, ampara-as nas suas dificuldades, conforta-as nos seus sofrimentos e na fadiga quotidiana, quando à sua volta se adensam sombras que ameaçam a sua unidade e a sua natureza. Tu que és a Vida, permanece nos nossos lares, para que continuem a ser berços onde nasce a vida humana abundante e generosamente, onde se acolhe, se ama, se respeite a vida desde a sua concepção até ao seu fim natural.
Permanece, Senhor, com os que, nas nossas sociedades, são mais vulneráveis; permanece com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontraram espaços e apoio para expressar a riqueza da sua cultura e a sabedoria da sua identidade. Permanece, Senhor, com as nossas crianças e com os nossos jovens, que são a esperança e a riqueza do nosso Continente, protege-os das tantas insídias que atentam contra a sua inocência e contra as suas legítimas esperanças. Oh bom Pastor, permanece com os nossos idosos e com os nossos enfermos! Fortalece todos na sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!” (DI, 5).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
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