Aos 91 anos de felicidade
Nasci através de um charme
De cascavel na cozinha.
Seu guizo foi um alarme
A criança uterina.
Nasci só com cinco meses
Sem completá-los, enfim.
Mamãe se assusta com o bicho…
Abortou-me… Foi o fim.
Garoto prematuríssimo,
Sem médico no arraial.
Numa caixa de sapatos,
Foi o meu berço natal.
Era uma ilha, entre algodões,
De um bercinho ajaezado.
Como oravam corações
ao filhinho tão amado!
Papai comprou carro novo…
O médico é de Ouro Fino.
O carro, Ford de bigode,
Pro médico do menino.
Papai, que bom artesão,
fez-me o berço de madeira.
Deitou nele o coração,
Depois… criança fagueira.
O berço era aconchegante,
Acolheu lindo menino.
Só aquele pai gigante,
Rico, mais que ouro argentino.
O coração de meus pais,
Não cabia em si, tão grande…
Quando ouvia meus ais…
O seu bálsamo se expande.
Mamãe, papai, em promessas,
Foram a pé à mãe querida.
Dez anos depois, às pressas,
À Senhora Aparecida.
Toda a família a cavalo,
E meus pais foram a pé.
Sol, chuva, sem intervalo,
São caminheiros de Fé.
A promessa foi cumprida,
O céu a ouviu também.
Grato à Mãe Aparecida…
Dou-Te, eternamente, o Amém.
Eu nascituro de Deus
entrei para o seminário.
Este é, entre os filhos meus,
Que dará Deus do sacrário.
A Ordem Sacerdotal
Foi na catedral tão pobre.
Batismo foi seu natal…
Sacerdócio fê-lo nobre!
Revelo, agora, essa criança,
Nosso aniversariante…
Primeiro padre – esperança
Na diocese, à Maringá.
Agradecemos a dom Anuar
Este almoço que oferece.
Sim, além de gratidão,
Conte com as nossas preces.
Parabéns, Cônego Telles,
Que dia lindo, feliz.
Anos felizes de vida…
Vida longa, ad multos annos!
Pe. Jefferson Batista da Cruz.
Pároco de Nossa Senhora da Esperança – Sarandi – PR.
Maringá, 04 de novembro de 2019.
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