A formação na vida religiosa missionária é acompanhada sempre pela formação da cidadania. A Organização dos Seminários e Instituto do Brasil (Osib) celebrou em 1918 seus 40 anos sobre a formação sacerdotal.
Os novos tempos e seus desafios terão nova postura na formação dos futuros presbíteros, com nova visão de pastoral inserida na região amazônida, o que requer outras posturas na dinâmica pastoral da Igreja, em saída.
A Amazônia Internacional compõe-se de grande região de oito países da América do Sul: Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru, que estarão presentes no Sínodo do Amazônia. Somente a Amazônia Legal brasileira tem sete milhões de quilômetros quadrados, ou seja, 60% da Amazônia Internacional estão no território do Brasil – chamada de Amazônia Legal desde o governo de Getúlio Dorneles Vargas.
O Papa Francisco convocou o Sínodo do Amazonas que se realizará no Vaticano, dos dias 6 a 27 de outubro; as Igrejas Particulares que estão nos países da Bacia do Rio Amazonas, com características intercontinentais, socioculturais-ambientais, com a participação de representantes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), com peritos do Brasil e de outras Conferências Episcopais. Somente o senhores bispos e peritos da região amazônida, representando o Brasil, participarão do Sinodo.
Ao Sínodo Pan-Amazônico estarão cerca de 250 bispos convocados pelo Papa, que plasmarão o novo rosto pastoral da Pan-Amazônida, cujas conclusões talvez sejam oferecidas à Igreja, em si, ou parte dela. O Sínodo indicará novos caminhos pastorais à Igreja caminhante na preservação da ecologia integrada, homens e natureza, preferencialmente, os índios, quilombolas, ribeirinhos e outros. Estudará a formação integral de futuros presbíteros, visando a ordenação sacerdotal de autóctones numa região carente de padres e missionários nas dioceses e prelazias.
A falta de padres no Pan-Amazônico é gritante, entretanto, poder-se-ia indagar: – Qual será o posicionamento do Sínodo sobre o presbítero não celibatário? Como será a formação Filosófica e Teológica do padre Pan-Amazônico? Como serão mantidos os presbíteros e suas famílias nas dioceses e prelazias pobres, carentes, que, desde 1970 são ajudadas financeiramente, e por outros meios pelas igrejas-irmãs? Como a Igreja, numa integralidade, caminhará junto com as Igrejas Particulares dessa região amazônida? A formação do clero na região amazônica junto à sua cultura, tem o seu lastro pastoral missionário e, a par da cidadania, a formação autóctone desta região vasta e complexa; como implantar-se o Reino de Deus e a sua configuração com o rosto de Deus através da ratio fundamentalis?
O Sínodo abrirá novas variáveis, ou caminhos para a Igreja ter o rosto amazônico, profético de ministerialidade, eclesiológica local. Descobrir-se-á na eclesiologia papel essencial na formação de novos presbíteros, para a Igreja renovada pelo Espirito Santo, que, o vento novo perpassará pelos céus amazônicos.
A Igreja depois do Sínodo daria à Bacia Amazônica um rosto profético de diálogo entre indígenas, ribeirinhos e o Povo de Deus sob as luzes da encíclica Laudato Si, e balizará o diálogo com a “ Mãe Natureza”. Esse diálogo será feito com as populações regionais, com suas tradições de culto ao Supremo Criador. O Sínodo nasceu como filho dileto do Papa Francisco, após estudos e reflexões da encíclica Laudato Si.
O novo modelo de padre advirá pelo Sínodo, mantendo-se, todavia, as tradições milenares da Igreja no Amazonas. O sacerdote celibatário, com o carisma de diálogo e novo modelo de comunicação entre os futuros presbíteros, bispos das dioceses e prelazias, cujos Pan-amazonenses são os lídimos sujeitos e detentores de sua própria epistemologia.
Diante dessa variedade populacional, antropológica e sociocultural dever-se-ia existir uma ratio amazônida, para orientar todo processo formativo de futuros presbíteros. Que ao anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, no solo amazônico, exige-se ministros capazes de diálogo com a natureza, ao ter à vista a expressão eclesial de riqueza sacramental da Igreja – o desafio à Igreja sem temor de mudanças, em saída.
O grande Sínodo Pan-Amazônico / despertará risonho amanhecer / sob os eflúvios do Espírito Santo / e o Sínodo virá a florescer.
No Amazonas, é preciso remar, / lançar-se as redes às águas – bem profundas do Amazonas, / e, levando o Cristo, para o grande mar, / junto às verdes searas desse mundo.
O mundo cristão-ecumênico prepara-se para o Sínodo, um dos eventos da nova Primavera da Igreja, que acontecerá sob o influxo do Divino Espirito, e guiará os padres sinodais a plasmar um rosto novo e profético para Igreja do Amazonas.
O Papa Francisco conclamou a Igreja a unir-se em oração para o Sínodo do Pan-Amazônico tenha um novo rosto, ao anunciar o Evangelho de Jesus Cristo a todas as criaturas – que habitam neste chão descoberto em 1.500 – que esta terra recebeu o nome de Terra de Santa Cruz.
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