No meu tempo de criança, a maioria dos homens usava chapéu. Ao passar na frente de uma igreja, era infalível: descobria a cabeça. Quase sempre fazia o sinal da cruz. Fosse pessoa letrada, fosse um coitado sem nenhum estudo, não importava. Não era questão de cultura ou de fé. Era antes uma atitude respeitosa a demonstrar a educação que a gente recebia em casa. Provado respeito e da consideração que os pais ensinavam a gente, desde a infância, a ter para com as coisas sagradas.

Hoje ninguém mais usa chapéu. Rapazes e homens usam boné. É triste observar como alguns entram na igreja, inclusive durante a celebração da santa missa, e continuam com o boné enterrado na cabeça, como se fizesse parte dela. Andam para lá e para cá – não o se sabe à procura de quê – como se a igreja fosse uma loja cheia de novidades para satisfazer a curiosidade da gente. Que se se busca no interior de uma igreja?

Nossa Catedral é bem um exemplo. Por causa de seu projeto diferente, há quem imagine encontrar lá dentro coisas diferentes de outras igrejas. Olham para todos os cantos, sobretudo para cima, tiram fotos, conversam com os companheiros, mas oração mesmo, nem pensar. Ora, a gente entra no templo para quê? Para bater papo e procurar coisas que nos distraiam?

O mais triste é ver pessoas ali juntinho do sacrário (onde se encontra o Cristo eucarístico), só que, em vez de oração de intimidade com o Senhor, usam o tempo para teclar seu iPhone, como se estivessem numa praça. Bem ao lado do Senhor, fazem como se Ele não estivesse ali. Afinal, não vieram ali para conversar com Ele? E passam o tempo conversando com quem?

A Eucaristia é nossa maior riqueza, afinal. O Cristo eucarístico deve ser buscado como o amigo a quem a gente recorre para falar tudo o que vai no nosso coração.